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Será que é confortável anular sua vida profissional para que o outro possa avançar mais rápido?

  • Foto do escritor: Mirella Mariani
    Mirella Mariani
  • 24 de fev. de 2023
  • 3 min de leitura

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Quando iniciamos a vida a dois, muitas escolhas e ajustes são feitos para vivermos uma parceria no relacionamento. Não é fácil ter a leitura completa de tudo que pode acontecer e diversas vezes iremos nos deparar com mudanças na vida a dois. Por isso, sempre será necessário atualizar o tipo de contrato estabelecido durante o relacionamento, o que consequentemente irá atualizar o status da relação. Não falo aqui de contrato formal, não que o mesmo seja indispensável, e necessário, visto que a legislação nos protege, mas falo da comunicação assertiva, que serve de ferramenta e identifica a mudança para estabelecer as novas diretrizes da vida a dois.


Desde o primeiro encontro, no namoro, com a decisão para viver juntos, ou quando vêm os filhos, escolhas como escola, viagens, em mudanças de trabalho, moradia, em questões financeiras, com saúde ou na doença e em qualquer fase do desenvolvimento dos parceiros (juventude, vida adulta, envelhecimento), em períodos pré ou pós-separações, muitas revisões pela maneira como são estabelecidos os pressupostos, são necessárias.


Mediando todos os fatores citados estão as questões familiares, que são fundamentais para modelar as relações, visto que nenhuma família é igual e muito menos os seus valores são estabelecidos da mesma maneira. Você pode ter sido criado por um pai que trabalhava em casa e uma mãe comerciante muito ocupada, inclusive os finais de semana. Ao mesmo tempo, outra pessoa pode ter vivenciado a companhia constante da mãe ao seu lado e este nem mesmo pode ter conhecido seu próprio pai.


Questões financeiras, sociais, culturais ou de saúde, certamente fazem as relações se alterar em constância de convívio, no que se refere aos cuidadores, sendo eles conhecidos ou desconhecidos, presentes ou ausentes, naturais ou de coração e nas configurações de famílias tradicionais ou em modelos mais atuais. As situações não diferem em absoluto no tipo de pessoa que você pode se transformar.


Ressalto que, o mais importante não é necessariamente a frequência da parentalidade, mas a qualidade da relação estabelecida e o modelo que é apresentado. Limites, valores, carinho, respeito, comunicação clara, ética pessoal e social, valorização e reconhecimento das diferenças são questões fundamentais para garantir bons relacionamentos futuros.


Todas estas questões, em absoluto, têm relação com as horas vivenciadas, mas com o caráter e a personalidade de quem serve de modelo e de quem está em formação. Um filho que vivencia durante a infância, diversos casamentos do pai, traições do pai em seus relacionamentos, a presença de diversas namoradas dele no seu entorno, terá dificuldade de estabelecer relacionamentos seguros e confiáveis no futuro, além de respeito pela figura feminina. Ou seja, quem vivenciou na infância, a influência de pais/cuidadores assertivos, tende a repetir este modelo. Por outro lado, não são incomuns questões ainda arraigadas, como machismo ou preconceito, também mediarem de maneira sensível os relacionamentos amorosos. O que poderá influenciar de maneira contundente a direção e o futuro desta parceria.


Ao pensarmos especificamente na questão profissional, se em um casal, ambos têm o desejo de se desenvolverem profissionalmente, é necessário que ambos cedam e entendam as necessidades um do outro. Não imagine você que ao se casar com um homem que disse que seria o provedor da família, que isso será uma garantia eterna. Pessoas perdem o emprego, empresas fecham as portas, pessoas perdem o interesse, adoecem, envelhecem e encontram novos parceiros e principalmente, filhos mudam a dinâmica do relacionamento. Também é natural lembrar que ficar sem ter o que fazer, não é uma boa saída e os motivos são vários. Via de regra a pessoa vai arrumar o que fazer, arrumar companhia, vai querer se divertir e com alguém pagando é muito mais fácil, não existe limite, mas existe liberdade. Academias, praças, motéis, lojas, parques, shoppings, salões, clínicas, estão repletas de facilidades e divertimento. Outra questão relevante é que, em geral, estes ambientes não são necessariamente estímulo cognitivo, mas para aumento da impulsividade, e consequente risco para a relação.


Existem pessoas de todos os tipos e necessidades. Se você não pode trabalhar, pois tem uma dificuldade física, programas de inclusão podem ajudar. Caso tenha uma criança pequena, creches, familiares e uma boa rede de apoio são fundamentais para você e para o desenvolvimento de seu filho. Se não consegue um emprego ou melhorar na carreira, “ESTUDE“, existem milhares de cursos gratuitos de Universidades renomadas. Mas se o seu problema é permanecer dependente, por que isso é confortável, procure ajuda de um profissional psicólogo. Trace com ele um plano de desenvolvimento profissional e financeiro que inclua os dois e caso não seja possível, vá cuidar da sua vida! Seja produtiva(o) e não um encosto na vida de alguém!


Todo plano seguido precisa de ajustes e o ajuste mais sensível sempre é aquele que irá transformar você em alguém independente: afetivamente, financeiramente e intelectualmente!

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Psicóloga Mirella Martins de Castro Mariani

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©2023 por Psicóloga Mirella Martins de Castro Mariani 

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